ruan

A gente erra bem mais com o primeiro. Bom, pelo menos eu sinto assim.

É tudo novo. Um caminho que precisa ser capinado. E capinar, minha amiga, da trabalho pra caramba. Cansa!

A primeira maternidade é uma experiência que a gente precisa cavar lá dentro. E quando a gente realmente se entrega o buraco é sempre fundo. Sentir o peso da responsa de cuidar de um outro alguém não é simples.

Por isso acho que a relação que temos com o primeiro filho tem uma força diferente. Intensa. É a única maternidade que vivemos o luto da vida que tínhamos sem filhos. É ser novata nesse lance de ser mãe.

Eu to aqui dando voltas para dizer que tem algo que eu fiz com o meu primogênito, que volta e meia aparecia no meu pensamento. Arrependimento? Muito. Natural, não? Já falamos bastante sobre a obviedade da gente errar, certo? Humanidade, lembra?

Só que era algo que, quando eu lembrava, doía. Literalmente amassava o meu coração.

Dia desses lembrei desse acontecimento assistindo This is us. Ele estava a poucos metros de mim, no quarto, com a porta fechada (prazer, adolescência).

Chamei. Ele veio logo. Eu estava deitada no sofá. Ele, que já está BEM mais alto do que eu, mas que nessas horas não tem noção do tamanho que tem, se jogou em cima de mim, como fazia quando era pequeno, e continua fazendo. E eu, mesmo amassetada, amo!

Pedi para ele olhar para mim. Lembrei-o do fato, ele riu e falou que não era nada. Falou achava até engraçado o que me assombrava. Eu falei que pra mim não era “nada”, que eu gostaria de me desculpar porque penso sempre nisso.

Ele me abraçou forte. “Mãe, tá tudo bem!” Eu chorei por um tempo agarrada nele. Disse que o amava, que sentia muito por ter feito aquilo. E o agradeci por ter vindo como meu primeiro filho.

Aquele choro, junto com o abraço forte, somado ao pedido desculpas foi uma cura pra mim. Leia de novo…uma CURA.

O que eu queria te dizer é que a gente erra, claro, mas a boa noticia é que na maternidade, assim como na vida, aprendemos com os nosso erros… e adivinha? Como na vida não só podemos como devemos pedir desculpas, mesmo que aquilo tenha acontecido há muito tempo atrás.

Texto: @maeforadacaixa