família

beatriz

Nem sempre, quando nasce um filho, nasce um pai. Não, não. Não é o DNA. Nem mesmo o nome escrito na certidão de nascimento.


Ser pai é ser morada. Algo que não vem entregue enroladinho com cheiro de recém-nascido.


O fato é que o paternar (assim como o maternar) nem sempre é nato ou instintivo. São as escolhas diárias e a dedicação que fazem de um homem, pai.


Um objetivo de vida nobre e que não estaciona no primeiro obstáculo. Que não procura desculpas ou razões para existir e desistir.


É isso que faz do seu amor incrível. É o que irá te diferenciar de outro ser humano qualquer. Porque, aos olhos da sua criança, você não é apenas mais um na multidão.


Você não é o empresário, o taxista, o ganhador da loteria, ou o cara que há meses procura por um emprego. Isso é detalhe, coisa pequena.


Para o seu menino, para a sua menina, você é maior.


Você é afeto, colo, abraço. Você é a coragem para andar no escuro, desde que suas mãos possam ser tocadas. Você é o passo certo, o caminho de ida, mas também o da volta.


Você é o olhar de confiança que transforma as pedras da vida em montinhos de areia.


Você é o abraço que compartilha aquilo que às vezes parece ser tão pesado. Você é o sorriso que multiplica todas as conquistas, que muda o sabor das vitórias.


Você é a força perante a insegurança. O amor diante das dúvidas.


Pai, você é porto. Você é o porto inabalável, firme e presente. Construído minuciosamente por suas decisões e renúncias, todos os dias, em conjunto com pequenas e inquietas mãozinhas.


E, como um presente dos céus, cria-se um milagre. O da conexão e da cumplicidade que existem entre um pai e seu filho(a).


Autor: @rafaelacarvalhoescritora