gestante

alice

Há momentos em que tudo que a gente precisa saber é qual é o preço.


Qual é o preço da rotina regrada que você se dobra para não quebrar?

E que passa o dia controlando movimentos, pensamentos e horários só para que a criança durma na hora marcada?

Qual é o preço?


Qual é o preço de uma alimentação milimetricamente programada? Em que as refeições passam por cima dos passeios, das férias, das memórias.

Qual é o preço?


Qual é o preço de tanto controle?

Na programação, na organização, no dia a dia, na vida?

Qual é o preço?


É preciso se questionar. Dar de frente com a voz que mora na nossa cabeça.

Largar a síndrome de Gabriela “eu nasci assim, lá lá lá lá...”

Parar de culpar mercúrio retrógrado, a estação do ano, a mãe, as tendências, ou qualquer outro alguém.

Auto-observação é a real ponte para a liberdade.


Tantos momentos roubados em nome de regras que já não fazem (ou talvez nunca fizeram) sentido.


Tantas risadas desperdiçadas em busca de uma perfeição que ninguém (nem mesmo nossos filhos) está interessado.


Alegria e leveza não nascem do além. Tudo isso é a gente que constrói.

Permita-se sair do automático.


Preste atenção, se dê esse presente e se pergunte: qual é o preço?


Autora: @rafaelacarvalhoescritora