Aquele que olha, caladinho, o estranho da rua cumprimentar o bebê fofo.
Aquele que sorri, no canto, quando a moça da fila do banco comenta que o caçula é muito esperto.
Aquele que escuta da maioria "entrega pra ele, ele é pequeno" como se a regra do peguei primeiro não se aplicasse mais.
Aquele que conquista tanta coisa, mas muitas vezes fica ali, quieto, ouvindo alguém falar do admirável bebê novo.
Aquele que exigimos, às vezes, que sejam maiores do que são porque já é grande.
Aquele que o pediatra fala que "regrediu" depois do nascimento do irmão.
Aquele que divide o colo. Divide a mãe. O pai. Os avós. Os presentes, os brinquedos, o quarto.
Aquele que cedeu as roupas antigas.
Aquele que já nasceu mais velho do que é.
E a gente só percebe o quanto era pequeno depois que o bebê novo chega na idade que o mais velho tinha.
Se você tem um filho mais velho e se identificou com esse texto, saiba que seu coração não é o único apertadinho, viu?
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